NOTA DE REPUDIO DA CENTRAL DE MOVIMENTOS POPULARES

A Central de Movimentos Populares SP e Baixada Santista e Litoral, em conjunto com diversas entidades, vem à público repudiar com veemência, os atos de extrema violência e o assassinato do Ricardo Ferreira Gama trabalhador da Universidade Federal Paulista Unifesp Santos. O caso do trabalhador da Unifesp Santos, não é isolado, considerando, que a periferia da baixada Santista está repleta de noticias sobre ataques e mortes de trabalhadores, especialmente, jovens, pobres e negros. Pessoas são mortas, e corpos ocultados. Por medo ou pela impunidade, nada é apurado e ninguém é punido, e a espiral de violência, infelizmente, só faz aumentar. Por isso, este caso não pode ficar impune, a morte do nosso companheiro Ricardo . não deve ser em vão, deve ser apurada e seus assassinos devem responder por este terrível crime. Disso não abriremos mão e não descansaremos até vermos estes assassinos na cadeia. Esta situação de violência atinge negativamente a toda sociedade da Baixada Santista, deflagrando em toda região um clima de intolerância que desemboca em intermináveis conflitos, cada vez mais irracionais, e que vitimam os grupos mais vulneráveis. Diante de todo este cenário, A Central de Movimentos Populares, vem reafirmar o seu compromisso com a paz, com a tolerância, o convívio entre os diferentes e a diversidade de ser e existir. Reitera, portanto, o compromisso com a construção de uma sociedade democrática, justa e solidária. Pela imediata apuração da Morte de nosso Companheiro Ricardo! Justiça! Justiça!! Justiça!!!

[UNIFESP/SANTOS]Manifestação popular – “Quem Matou Ricardo?”

Fonte: CMI – Centro de Mídia Independente (http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2013/08/522824.shtml)
Queremos saber “Quem matou ricardo?”

Na quarta feira, 31 de julho, Ricardo ? funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista ? em seu horário de almoço, uniformizado e com crachá da empresa, estava fumando cigarro em frente a um imóvel vizinho à Unidade Central da UNIFESP (Rua Silva Jardim, Centro – Santos), quando chegou uma viatura com três policiais militares que o abordaram de forma ofensiva. Ricardo ao responder a ofensa foi agredido fisicamente pelos policiais, que em seguida o arrastaram para dentro do imóvel onde continuou sendo agredido, agora oralmente, pelos três policiais, enquanto pedia socorro ensanguentado no chão. Aproximadamente 50 pessoas presenciaram a cena e algumas dessas agiram verbalmente em defesa do Ricardo.

Os policiais afirmaram que levariam Ricardo ao 1 DP. Chegando ao local as testemunhas foram informadas que Ricardo fora levado ao 4º DP, pois é o distrito policial referente a região do ocorrido. Antes de chegarem ao 4º DP souberam que ele havia sido levado a Santa Casa. E no 4 DP tiveram que aguardar os policiais, que chegaram sem o Ricardo, dizendo que ele havia sido liberado, que tudo estava resolvido e que ele não faria boletim de ocorrência (B.O.), pois “admitiu” que não havia sido agredido. Contudo, isso demonstra que as informações erradas tinham o intuito de despistar as testemunhas.

As testemunhas quiseram abrir um boletim de ocorrência e foram intimidadas pelos próprios policiais que agrediram o Ricardo. Assustadas, acoados, com as ameças feitas as testemunhas foram embora sem efetivar o B.O.

Na sequência do ocorrido, estudantes souberam por Ricardo, o qual havia retornado ao trabalho, que ele tinha sido procurado em sua casa pelos mesmos policiais, que o ameaçaram dizendo: se a denúncia continuasse sendo levada a frente, eles “resolveriam de outro jeito”.
Na noite de quinta-feira, primeiro de agosto, viaturas com policiais não fardados rondaram a UNIFESP e pessoas não identificadas estiveram no campus sondando funcionários em busca de supostos vídeos que estudantes teriam feito das agressões do dia anterior. Ainda disseram que se eles denunciassem ?seria pior?.

Entretanto, mesmo com a não abertura do B.O. e nem a divulgação de qualquer registro, na madrugada de quinta para sexta-feira, dois de agosto, quatro homens encapuzados assassinaram o Ricardo na esquina de sua casa com oito tiros.

Ficam algumas indagações: qual o (não) posicionamento da UNIFESP quanto a agressão sofrida por seu funcionário em horário de trabalho? Qual é o respaldo (conivência ou mesmo acordo) do governo estadual para que casos semelhantes a esse – envolvendo a Polícia Militar – se disseminem? De que lado o Estado ?democrático? está?

Por fim, não nos calaremos enquanto não for respondida a pergunta: Quem Matou Ricardo?

Hoje, quinta-feira, vai ocorrer a missa de sétimo dia de Ricardo Ferreira Gama na Igreja São Camilo – Rua Senador Feijó, 444 – Vila Matias.

Na sexta-feira, às 17 horas, ocorrerá a primeira manifestação popular para saber “Quem Matou Ricardo?”

ONDE: Unifesp/Campus Unidade Central – Rua Silva Jardim, 136 – Santos. 

QUANDO: Sexta-feira, dia 9 de agosto de 2013, às 17 horas. 

Quem matou Ricardo? Nota do PSTU Baixada Santista.

Luiz Xavier e Maria Clara
Direção Regional do PSTU Baixada Santista
O auxiliar de limpeza terceirizado que trabalhava na Unifesp (Universidade Federal Paulista), na Baixada Santista (SP), Ricardo Ferreira Gama, de 30 anos, foi assassinado por quatro homens encapuzados dois dias depois de ter sido agredido por policiais militares durante uma abordagem. O crime ocorreu na última sexta-feira, dia 2 de agosto. Desde então, estudantes, professores e ativistas dos movimentos sociais de Santos tentam decifrar este crime bárbaro.
No dia 31 de julho, Ricardo estava no intervalo do serviço e, de acordo com o DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp), respondeu “a uma ofensa” e “foi agredido pela polícia” em frente ao prédio da universidade. Os policiais estariam apurando supostas denúncias de tráfico de drogas. Cerca de 50 alunos da universidade testemunharam o fato. Logo após, Ricardo foi levado ao 1º DP de Santos.
No dia seguinte, de volta ao trabalho, Ricardo disse que foi procurado em sua casa pelos mesmos policiais. De acordo com os alunos, Ricardo avisou que os policiais disseram que, caso a denúncia continuasse sendo levada adiante, eles “iam resolver de outro jeito”.
O DCE cita que, na noite do dia 1º, “viaturas com homens não fardados, de cabeça para fora, rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir à Unifesp [para] pedir, a funcionários, vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que, se eles não entregassem, ‘seria pior'”.
Na madrugada de quinta (1) para sexta-feira (2) quatro homens encapuzados executaram Ricardo na frente de sua casa.
Investigação e punição exemplar dos responsáveis pelo crime!
O PSTU se solidariza com a dor da família de Ricardo e defende uma investigação transparente e profunda sobre o caso. É necessária uma punição exemplar aos responsáveis pelo crime. Todas as evidências apontam para uma execução policial a sangue frio. Ricardo Ferreira, provavelmente, foi mais uma vítima da Polícia Militar que, todos os dias, mata jovens, negros e pobres inocentes nas comunidades carentes.
Os vizinhos não têm dúvidas sobre a autoria do crime. Em declarações à imprensa, amigos e moradores do bairro de Ricardo foram unânimes em afirmar que a polícia é a responsável pela morte de Ricardo. “Aqui ninguém suspeita de nada. Temos a absoluta certeza de que foi a polícia…”, afirmou um amigo de Ricardo ao Jornal A Tribuna.
Não podemos permitir que mais essa morte bárbara e chocante passe sem investigação e punição. Os responsáveis pela morte de Ricardo precisam ser identificados, julgados e presos. Até o momento, nada foi feito de concreto pelo Estado para apurar as causas do crime. A única ação tomada foi a instauração de uma investigação preliminar da PM para apurar o envolvimento… da PM no caso. Ou seja, o resultado foi o esperado: “a investigação já foi encerrada sem nada provar contra os policiais que conduziram Ricardo ao DP”, conforme descreve o jornal A Tribuna, em reportagem nesta quinta-feira (08/08).
Desmilitarização da PM já!
Fora Alckmin: corrupto e ditador!
No Rio de Janeiro, o pedreiro Amarildo segue desaparecido após ser detido pela PM. Em Santos, o auxiliar de limpeza Ricardo foi executado com oito tiros dois dias depois de sofrer uma agressão policial. Milhares de trabalhadores, negros e pobres morrem pelas mãos assassinas da Polícia Militar todos os dias. A Polícia Militar é uma máquina de matar inocentes e de repressão às manifestações populares.
É necessário destacar a responsabilidade de Geraldo Alckmin e dos sucessivos governos do PSDB em SP, que há 20 anos comandam uma Polícia corrupta, assassina e violenta. Alckmin, envolvido no escândalo do desvio de recursos públicos do Metrô e responsável pelas ações violentes e assassinas da PM, tem que ser varrido do governo! Cabral é responsável pelo desaparecimento de Amarildo. Ao que tudo indica, Alckmin também é responsável pela morte de Ricardo.
O PSTU defende a imediata desmilitarização da PM. Esse deve ser o primeiro passo rumo à dissolução da Polícia e da criação de uma força de segurança pública civil, controlada pelas comunidades e pela população.
Quem matou Ricardo?
Todos ao ato nesta sexta-feira (9)!
O PSTU se soma à luta pelo esclarecimento da execução e também quer saber: #quem matou Ricardo? É necessário que todos os movimentos sociais, entidades, trabalhadores e estudantes se somem ao ato convocado pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp). O protesto exigirá esclarecimentos sobre a morte do trabalhador e ocorrerá diante do campus da universidade, no bairro Vila Mathias, em Santos, nesta sexta-feira (9), às 17h.
É preciso fortalecer a luta pelo esclarecimento deste crime. As primeira manifestações dos estudantes e ativistas têm feito com que o caso não seja esquecido e caia na impunidade. Para se ter uma ideia, no dia 3 de agosto o jornal de maior circulação da Baixada Santista (A Tribuna) havia reservado apenas um cantinho de página para o registro da morte de Ricardo, com uma nota de parágrafo único sem nenhuma referência à PM. Após as primeiras articulações e manifestações dos estudantes, com a divulgação de uma nota pública do DCE (leia abaixo), neste dia 8 de agosto o jornal foi obrigado a dar destaque ao assunto, inclusive com a opinião dos vizinhos e do DCE sobre o caso.
Santos, a Baixada Santista e o Brasil querem saber: onde está Amarildo e quem matou Ricardo?
O PSTU defende:
– Investigação, julgamento e prisão dos responsáveis pela morte de Ricardo!
– Desmilitarização da PM já!
– Onde está Amarildo?
– Quem Matou Ricardo?
Veja abaixo a nota do DCE da Unifesp:
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O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.
 
Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o funcionário.
 
Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios policias que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência., pois “admitiu” que não fora agredido.
 
Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.
 
Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.
 
Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem, “seria pior”.
 
Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.
 
Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.
 
Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.
 
Sabemos que a policia não garante a segurança da maioria da população pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres. As politicas de segurança publica criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da policia e uma segurança publica a serviço dos trabalhadores e não das propriedades privadas!
 
O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.
 
Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.
 
06 de agosto de 2013
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo

Quem matou Ricardo? | Revista Fórum

Fonte: Revista Fórum (http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/quem-matou-ricardo/)

DCE da Unifesp denuncia que o assassinato de Ricardo Ferreira Gomes, funcionário da universidade, pode ter sido motivado por agressão supostamente cometida por PMs  na presença de estudantes

Da Redação 

Reprodução

Ricardo Ferreira Gama, funcionário terceirizado do campus da Unifesp na Baixada Santista, foi morto na madrugada da última sexta-feira (2) na porta da sua casa, na Vila Mathias, em Santos. Dois dias antes, na quarta-feira (31), de acordo com nota divulgada pelo DCE da Unifesp, ele teria respondido a uma ofensa e foi agredido por policiais militares em frente à unidade central da universidade em Santos. A cena foi presenciada por alguns estudantes, que defenderam o funcionário verbalmente. Após a confusão, os policiais detiveram Ricardo, que depois foi liberado e não registrou ocorrência contra os agressores.

O DCE da Unifesp levanta a hipótese de Ricardo ter sido assassinado em decorrência da agressão sofrida por ele. A nota diz que, após os estudantes serem informados que o funcionário não registraria ocorrência por ter “confessado” que não sofreu nenhuma violência, um dos estudantes quis fazer ele mesmo o boletim de ocorrência, mas foi intimidado pelos policiais.

Segundo a nota, Ricardo procurou pelos estudantes para avisar que policiais tinham ido até a sua casa e avisado que, se eles não parassem de ir até a delegacia, iriam resolver o assunto de “outro jeito”. O DCE da Unifesp ainda afirma que, na quinta-feira (1), viaturas com homens não fardados rondavam a universidade e pessoas pediram para que funcionários entregassem os vídeos que os alunos fizeram da agressão, afirmando que, se não o fizessem, “seria pior”.

Ricardo foi assassinado na madrugada seguinte por quatro homens encapuzados, que o balearam oito vezes. Na nota, o DCE da Unifesp afirma que não se calará até que seja esclarecida a autoria do crime.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que o  4º DP de Santos instaurou inquérito para investigar a morte de Ricardo e que as imagens das câmeras de segurança da Unifesp já foram solicitadas. De acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa da pasta, o presidente do DCE da Unifesp será chamado para prestar depoimento, assim como amigos e parentes da vítima.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo DCE da Unifesp: 

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policiais afirmaram que levariam o funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policiais e o funcionário, foram avisados pelos próprios policiais que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência., pois “admitiu” que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na quinta-feira (01) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se eles não entregassem, “seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.

Na segunda-feira (05), houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.

Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio que matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.

Sabemos que a polícia não garante a segurança da maioria da população, pelo contrário, sendo um dos braços do Estado ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres. As políticas de segurança pública criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da polícia e uma segurança pública a serviço dos trabalhadores, e não das propriedades privadas!

O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.

Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.

06 de agosto de 2013

 

NOTA DO SOCIALISMO REVOLUCIONÁRIO – SEÇÃO VENEZUELANA DO COMITÊ POR UMA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES

Caracas, Venezuela. 08 Agosto

Hemos recibido la ingrata noticia que un trabajador de la Unifesp Baixada Santista, en Sao Paulo Brasil, fue cobardemente asesinado bajo el movil del sicariato frente de su casa el pasado 2 de agosto. Este hecho lamentable y repudiable desde todo punto de vista se da despues de dias antes, en el que Ricardo se vio involucrado en un incidente con la policia donde fue reprimido e intentado ser detenido y privado de su libertad.

Desde Socialismo Revolucionario, seccion Venezolana del Comite por Una Internacional de los Trabajadores, nos solidarizamos con los estudiantes y trabajadores de la Unifesp, en protesta del crimen cometido y nos solidarizamos con las demandas de justicia.

Este hecho es uno de los miles que ocurre en todo el mundo y que en nuestra America Latina ya se ha convertido en Practica Comun, de los estados capitalista y seudo democraticos; ya en Venezuela hemos sufrido mucho de estos metodos crim¡nales y cobardes de ajusticiemiento y sicariatos, por parte de la burguesia que intena intimidar y frenar el avance revolucionario del movimiento popular del pueblo, los estudiantes y la clase trabajadora del campo y la ciudad.

Es un reflejeo objetivo que este sistema social, poltico, policial represivo no representa los intereses de la mayoria y como lo demostro las imponentes movilizaciones durante la copa confedercaiones, queda claro que hay que luchar por un sistema social, poltico y economico, cultural, que realmente vaya a favor de las mayoria que somos la clase trabajadora y el pueblo pobre, oprimido y explotado. Por ello el socialismo revolucionario genuinmnate democratico debe ser la alternativa.

!Los que mueren por la vida no deben llamerse muerto!

!Ricardo vive la lucha sigue!

!Fuerza compañeros y compañeras!

!Nuestra solidaridad con la familia de Ricardo Ferreira!

Funcionário da Unifesp é morto com oito tiros dois dias após discutir com PMs | Brasil de Fato

Fonte: Brasil de Fato (http://www.brasildefato.com.br/node/17730)

Durante abordagem, Ricardo foi agredido por policiais em frente a universidade; cerca de 50 estudantes testemunharam o caso

08/08/2013

da Redação

O auxiliar de limpeza terceirizado que trabalhava na Unifesp (Universidade Federal Paulista), na Baixada Santista (SP), Ricardo Ferreira Gama, de 30 anos, foi assassinado por quatro homens encapuzados dois dias depois de ter sido agredido por policiais militares durante abordagem. O crime ocorreu no dia 2 de agosto. A polícia disse que está apurando o caso.

No dia 31 de julho, os policiais estavam apurando uma denúncia sobre tráfico de drogas na região. Ricardo estava no intervalo do serviço e, segundo o DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp), respondeu “a uma ofensa” e “foi agredido pela polícia” diante do prédio da universidade. Cerca de 50 alunos da universidade testemunharam o fato. Ricardo foi levado ao 1º DP de Santos.

Chegando na delegacia, os estudantes foram informados de que ele tinha sido levado ao 4º DP e, de lá, os policiais haviam levado o rapaz até o Pronto Socorro vizinho à Santa Casa de Santos, no Jabaquara.

Os alunos, então, foram avisados pelos policiais que Ricardo tinha sido liberado, e que “estava tudo resolvido”. Segundo os PMs, Ricardo não fez o Boletim de Ocorrência porque “admitiu que não foi agredido”.

As testemunhas quiseram então abrir um boletim de ocorrência, mas foram intimidadas pelos próprios policiais que agrediram Ricardo. Assustadas com as ameaças, elas foram embora sem registrar a ocorrência.

No dia seguinte, de volta ao trabalho, Ricardo disse que foi procurado em sua casa pelos mesmos policiais. De acordo com os alunos, Ricardo avisou que os policiais disseram que, caso a denúncia continuasse sendo levada adiante, eles “iam resolver de outro jeito”.

Ainda segundo os estudantes, na noite do dia primeiro de agosto, viaturas com policiais não fardados rondaram a Unifesp, e pessoas não identificadas estiveram no campus sondando funcionários em busca de supostos vídeos que as testemunhas teriam feito das agressões do dia anterior. Ainda disseram que, se eles denunciassem, “seria pior”.

Mesmo sem registrar qualquer ocorrência e sem ter publicado vídeo algum, na madrugada de quinta (1) para sexta-feira (02) quatro homens encapuzados executaram Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.

Quem matou Ricardo?

Para exigir providências sobre o caso, o DCE (Diretório Central dos Estudantes da Unifesp) vai realizar um protesto diante do campus, no bairro Vila Mathias, em Santos, nesta sexta-feira (9), às 17h.

Manifestação popular – “Quem Matou Ricardo?”

Na quarta feira, 31 de julho, Ricardo  – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – em seu horário de almoço, uniformizado e com crachá da empresa, estava fumando cigarro em frente a um imóvel vizinho à Unidade Central da UNIFESP (Rua Silva Jardim, Centro – Santos), quando chegou uma viatura com três policiais militares que o abordaram de forma ofensiva. Ricardo ao responder a ofensa foi agredido fisicamente pelos policiais, que em seguida o arrastaram para dentro do imóvel onde continuou sendo agredido, agora oralmente, pelos três policiais, enquanto pedia socorro ensanguentado no chão. Aproximadamente 50 pessoas presenciaram a cena e algumas dessas agiram verbalmente em defesa do Ricardo.

Os policiais afirmaram que levariam Ricardo ao 1 DP.  Chegando ao local  as testemunhas  foram informadas que Ricardo fora levado ao 4º DP, pois é o distrito policial referente a região do ocorrido. Antes de chegarem ao 4º DP souberam que ele havia sido levado a Santa Casa. E no 4 DP tiveram que aguardar os policiais, que chegaram sem o Ricardo, dizendo que ele havia sido liberado, que tudo estava resolvido e que ele não faria boletim de ocorrência (B.O.), pois “admitiu” que não havia sido agredido. Contudo, isso demonstra que as informações erradas tinham o intuito de despistar as testemunhas.

As testemunhas quiseram abrir um boletim de ocorrência e foram intimidadas pelos próprios policiais que agrediram o Ricardo. Assustadas, acoados, com as ameças feitas as testemunhas foram embora sem efetivar o B.O.

Na sequência do ocorrido, estudantes souberam por Ricardo, o qual havia retornado ao trabalho, que ele tinha sido procurado em sua casa pelos mesmos policiais, que o ameaçaram dizendo: se a denúncia continuasse sendo levada a frente, eles “resolveriam de outro jeito”.
Na noite de quinta-feira, primeiro de agosto, viaturas com policiais não fardados rondaram  a UNIFESP e pessoas não identificadas estiveram no campus sondando funcionários em busca de supostos vídeos que estudantes teriam feito das agressões do dia anterior. Ainda disseram que se eles denunciassem “seria pior”.

Entretanto, mesmo com a não abertura do B.O. e nem a divulgação de qualquer registro, na madrugada de quinta para sexta-feira, dois de agosto, quatro homens encapuzados assassinaram o Ricardo na esquina de sua casa com oito tiros.

Ficam algumas indagações: qual o (não) posicionamento da UNIFESP quanto a agressão sofrida por seu funcionário em horário de trabalho? Qual é o respaldo (conivência ou mesmo acordo)  do  governo estadual para que casos  semelhantes a esse – envolvendo a Polícia Militar –  se disseminem? De que lado o Estado “democrático” está?

Por fim, não nos calaremos enquanto não for respondida a pergunta: Quem Matou Ricardo?

Hoje, quinta-feira, vai ocorrer a missa de sétimo dia de Ricardo Ferreira Gama na Igreja São Camilo – Rua Senador Feijó, 444 – Vila Matias.

Na sexta-feira, às 17 horas, ocorrerá a primeira manifestação popular para saber “Quem Matou Ricardo?”

ONDE: Unifesp/Campus Unidade Central – Rua Silva Jardim, 136 – Santos.

QUANDO: Sexta-feira, dia 9 de agosto de 2013, às 17 horas.

Contatos com a imprensa: Comissão de Comunicação  (13) 88689279 – quemmatouricardo@riseup.net