Ao Coletivo “Quem Matou Ricardo?”,
Aos familiares, colegas de trabalho, comunidade da Unifesp da Baixada, nossa solidariedade e repúdio a mais um ato da militarização do estado. Sabemos muito bem quem matou Ricardo! Se não bastasse a precarização das condições de trabalho, o ataque incessante aos direitos trabalhistas, o crescente assédio moral e ameaças por parte do patronato, o aparato policial-militar que serve à burguesia usa da violência para coibir qualquer manifestação que conduza ao exercício dos direitos da cidadania, do trabalho, em suma, da vida. Não se trata de caso isolado, ou de atitude de pessoas que mancham a glória da “corporação”! Trata-se dos cães a serviço da manutenção da ordem social vigente, é mais um episódio da contrarrevolução instaurada por governos que independentes de seu discurso democrático ou democrático-popular, colocam-se no campo da defesa dos interesses das grandes corporações capitalistas, dos megaempresários, da repressão aos trabalhadores por meio de seu braço armado legal e ilegalmente. Quem desconhece que as milícias são formadas por policiais?
De nossa parte, estaremos divulgando por nossos meios a pergunta Quem Matou Ricardo? Como também não podemos de deixar de perguntar Onde Está Amarildo? Chega de impunidade, basta da violência contra os trabalhadores, contra os pobres deste país!
Pela desmilitarização da polícia
Pelo fim da impunidade dos atos de violência policiais
Secretaria Estadual da Corrente Sindical Unidade Classista
Secretaria Estadual de São Paulo do Partido Comunista Brasileiro
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Manifestação popular – “Quem Matou Ricardo?”
Na quarta feira, 31 de julho, Ricardo – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – em seu horário de almoço, uniformizado e com crachá da empresa, estava fumando cigarro em frente a um imóvel vizinho à Unidade Central da UNIFESP (Rua Silva Jardim, Centro – Santos), quando chegou uma viatura com três policiais militares que o abordaram de forma ofensiva. Ricardo ao responder a ofensa foi agredido fisicamente pelos policiais, que em seguida o arrastaram para dentro do imóvel onde continuou sendo agredido, agora oralmente, pelos três policiais, enquanto pedia socorro ensanguentado no chão. Aproximadamente 50 pessoas presenciaram a cena e algumas dessas agiram verbalmente em defesa do Ricardo.
Os policiais afirmaram que levariam Ricardo ao 1 DP. Chegando ao local as testemunhas foram informadas que Ricardo fora levado ao 4º DP, pois é o distrito policial referente a região do ocorrido. Antes de chegarem ao 4º DP souberam que ele havia sido levado a Santa Casa. E no 4 DP tiveram que aguardar os policiais, que chegaram sem o Ricardo, dizendo que ele havia sido liberado, que tudo estava resolvido e que ele não faria boletim de ocorrência (B.O.), pois “admitiu” que não havia sido agredido. Contudo, isso demonstra que as informações erradas tinham o intuito de despistar as testemunhas.
As testemunhas quiseram abrir um boletim de ocorrência e foram intimidadas pelos próprios policiais que agrediram o Ricardo. Assustadas, acoados, com as ameças feitas as testemunhas foram embora sem efetivar o B.O.
Na sequência do ocorrido, estudantes souberam por Ricardo, o qual havia retornado ao trabalho, que ele tinha sido procurado em sua casa pelos mesmos policiais, que o ameaçaram dizendo: se a denúncia continuasse sendo levada a frente, eles “resolveriam de outro jeito”.
Na noite de quinta-feira, primeiro de agosto, viaturas com policiais não fardados rondaram a UNIFESP e pessoas não identificadas estiveram no campus sondando funcionários em busca de supostos vídeos que estudantes teriam feito das agressões do dia anterior. Ainda disseram que se eles denunciassem “seria pior”.
Entretanto, mesmo com a não abertura do B.O. e nem a divulgação de qualquer registro, na madrugada de quinta para sexta-feira, dois de agosto, quatro homens encapuzados assassinaram o Ricardo na esquina de sua casa com oito tiros.
Ficam algumas indagações: qual o (não) posicionamento da UNIFESP quanto a agressão sofrida por seu funcionário em horário de trabalho? Qual é o respaldo (conivência ou mesmo acordo) do governo estadual para que casos semelhantes a esse – envolvendo a Polícia Militar – se disseminem? De que lado o Estado “democrático” está?
Por fim, não nos calaremos enquanto não for respondida a pergunta: Quem Matou Ricardo?
Hoje, quinta-feira, vai ocorrer a missa de sétimo dia de Ricardo Ferreira Gama na Igreja São Camilo – Rua Senador Feijó, 444 – Vila Matias.
Na sexta-feira, às 17 horas, ocorrerá a primeira manifestação popular para saber “Quem Matou Ricardo?”
ONDE: Unifesp/Campus Unidade Central – Rua Silva Jardim, 136 – Santos.
QUANDO: Sexta-feira, dia 9 de agosto de 2013, às 17 horas.
Contatos com a imprensa: Comissão de Comunicação (13) 88689279 – quemmatouricardo@riseup.net